Em Defesa de Cristo
Autor: Lee Strobel
Editor: Vida
Tamanho: 16 x 23cm
Páginas: 360
Categoria: Apologética
Jornalista experiente, pós-graduado em direito pela universidade Yale, Strobel faz as perguntas difíceis que você gostaria de fazer - perguntas que podem construir ou anular a fé cristã. Ele rejeita respostas forjadas ou simplistas. Em vez disso, apresenta o testemunho de dezenas de especialistas dentre os mais conceituados do mundo. Strobel analisa as seguintes evidências da existência de Cristo:
- Históricas: Temos documentos confiáveis sobre a vida, os ensinos e a ressurreição de Jesus?
- Científicas: Existe fundamentação arqueológica para os relatos históricos sobre Jesus? Ele operou milagres?
- Psiquiátricas: Jesus realmente afirmou ser Deus? Qual a prova de que ele se enquadra no perfil de Deus?
- Digitais: O que a profecia bíblica tem a dizer a respeito de Jesus?
- E outras: A morte de Jesus, o corpo não encontrado, os relatos de testemunhas oculares sobre encontros com ele.
Em defesa de Cristo é como um romance cativante e de ritmo acelerado. Mas não se trata de ficção. É uma viagem sobre o fato mais marcante da história: a morte, o sepultamento e a ressurreição de Jesus Cristo. É também um testemunho pessoal revelador do poder de Jesus. Este poder ainda hoje é capaz de transformar até mesmo o mais céptico dos homens.
Leia um trecho do livro:
Pode-se confiar nas biografias de Jesus?
Quando conheci Leo Carter, um homem tímido e de fala mansa, fazia 17 anos que ele morava no bairro mais perigoso de Chicago. Seu testemunho pusera três assassinos na cadeia. Ele tinha ainda na cabeça uma bala calibre 38 - uma lembrança terrível da saga horrenda que começou quando ele viu Elijah Baptist entrar em uma mercearia.
Leo e um amigo, Leslie Scott, estavam jogando basquete quando viram Elijah, na época um delinqüente de 16 anos com 30 passagens pela prisão em sua ficha policial, matar Sam Blue em frente à mercearia.
Leo conhecia o dono da loja desde criança. "Quando não tínhamos o que comer, ele nos dava alguma coisa", Leo me disse calmamente. "Quando fui visitá-lo no hospital e me disseram que estava morto, sabia que teria de testemunhar sobre o que tinha visto."
Toda testemunha ocular é muito importante. Um dos momentos mais impressionantes de um julgamento é quando uma testemunha descreve em detalhes o crime que viu e depois aponta sem vacilar o réu, o autor do crime. Elijah Baptist sabia que o único modo de evitar que fosse preso era impedir, de algum modo, que Leo Carter e Leslie Scott testemunhassem.
Elijah e dois amigos decidiram então que tinham de ir à luta. Seguindo a pista de Leo e Leslie, encontraram os dois conversando com Henry, irmão de Leo, e arrastaram os três, sob a mira de um revólver, para um ponto escuro das docas ali perto.
"Gosto de você", o primo de Elijah disse a Leo, "mas tenho de fazer isto". Com essas palavras, ele encostou a arma no nariz de Leo e puxou o gatilho.
O revólver deu um estouro; a bala penetrou em Leo e descreveu um pequeno ângulo, cegando-o e indo alojar-se no cérebro. Ao cair no chão, ele foi alvejado novamente; a bala parou a cinco centímetros da espinha dorsal.
Leo, imóvel, fingiu-se de morto. Ele viu quando seu irmão, em prantos, e seu amigo foram cruelmente assassinados à queima-roupa. Depois que Elijah e sua gangue foram embora, Leo arrastou-se para um lugar mais seguro.
De algum modo, contra todas as possibilidades, Leo Carter sobreviveu. A bala, cuja remoção seria muito perigosa, permaneceu em sua cabeça. Apesar das terríveis dores de cabeça que nem a forte medicação conseguia atenuar, ele era agora a única testemunha a depor contra Elijah Baptist no tribunal, onde este seria julgado pelo assassinato de Blue Sam. Os jurados acreditaram em Leo, e Elijah foi condenado a 80 anos de reclusão.
Leo também era a única testemunha no caso do assassinato de seu irmão e um amigo por Elijah e seus dois companheiros. Seu testemunho bastou, uma vez mais, para que os três acusados fossem condenados à prisão perpétua.
Leo Carter é um dos meus heróis. Ele batalhou para que a justiça fosse feita, embora tivesse de pagar um preço colossal por isso. Até hoje, quando penso em testemunhas oculares - mais de 20 anos após o crime - ainda vejo seu rosto na minha frente.
1. Testemunhos de um tempo muito distante
O testemunho ocular, em geral, é determinante e persuasivo. Se a testemunha observou o crime minuciosamente, e não sendo ela movida por nenhuma predisposição ou por outros motivos quaisquer, e se for verdadeira e justa, o ponto máximo do julgamento será o instante em que a testemunha apontar o réu como autor do crime na sala do tribunal. Isso pode ser o bastante para condenar essa pessoa à prisão ou coisa pior.
O testemunho ocular é tão essencial quanto a investigação dos fatos históricos - até mesmo quando se investiga se Jesus é realmente o Filho unigênito de Deus.
Mas, que testemunhos oculares temos? Será que temos o testemunho de alguém que interagiu com Jesus, que ouviu seus ensinamentos, presenciou seus milagres, testemunhou sua morte e que, talvez, tenha se encontrado com ele após sua alegada ressurreição? Há algum registro de "jornalistas" do século I que tenham entrevistado testemunhas oculares, fazendo perguntas difíceis e registrando escrupulosamente o que consideraram ser verdadeiro? E, não menos importante, em que medida esses relatos passariam incólumes pelo escrutínio dos céticos?
Eu sabia que, assim como o testemunho de Leo Carter determinara o encarceramento de três assassinos cruéis, os relatos de testemunhos oculares de um tempo longínquo poderiam ajudar na solução da mais importante questão espiritual. Em busca de respostas concretas, marquei uma entrevista com o dr. Craig Blomberg, estudioso de renome nacional e autor de um livro que trata desse tópico: The historical reliability of the gospels [A confiabilidade histórica dos evangelhos].
Eu sabia que Blomberg era inteligente. Na verdade, até mesmo sua aparência encaixava-se no estereótipo. Alto (1,83 metro) e magro, cabelos castanhos, curtos, ondulados e penteados muito à vontade para a frente, barba crespa e óculos de lentes grossas, sem armação, ele parecia o tipo que deveria ser o primeiro da classe no colégio (e foi); digno do National Merit Scholar (premiação concedida aos estudantes que mais se destacam em seu campo de pesquisa), que recebeu de fato; e formado com louvor em um seminário de prestígio (o que é verdade: Craig formou-se pela Trinity Evangelical Divinity School).
Eu queria, porém, uma pessoa que fosse mais que apenas inteligente e instruída; estava à procura de um especialista que não minimizasse as nuanças nem descartasse despreocupadamente algo que pudesse pôr em xeque os relatos cristãos. Queria alguém íntegro, que tivesse lidado com as críticas mais contundentes à fé e que falasse com autoridade, sem lançar mão de declarações radicais, que mais escondem que põem a nu as questões fundamentais.
Disseram-me que Blomberg era exatamente quem eu estava procurando, por isso fui a Denver conferir a informação. Confesso que tinha minhas dúvidas, principalmente quando, em minhas pesquisas, descobri um fato muito inquietante sobre ele, que eu preferiria ter deixado encoberto: Blomberg ainda tem esperanças de estar vivo quando seus queridos heróis de infância, os Chicago Cubs, conquistarem a World Series.
Para falar a verdade, isso era o quanto bastava para que eu não confiasse muito em seu discernimento.